A arena política do Benfica está a aquecer de forma notável. Luís Filipe Vieira, antigo presidente do clube, manifestou publicamente a sua profunda indignação com a intenção da atual direção, liderada por Rui Costa, de discutir a sua expulsão como sócio. Esta revolta parece ter sido a força motriz para uma decisão que agita o futebol europeu: Vieira deverá mesmo avançar com uma candidatura à liderança máxima do clube da Luz. A informação, inicialmente divulgada pela Rádio Renascença esta quarta-feira, marca um desenvolvimento significativo na corrida eleitoral.
As eleições presidenciais das águias estão marcadas para 25 de outubro, e o cenário é de crescente disputa. Embora a recandidatura de Rui Costa ainda não tenha sido oficialmente confirmada, nomes como João Noronha Lopes, João Diogo Manteigas, Cristóvão Carvalho e Martim Mayer já se posicionaram para o ato eleitoral. Luís Filipe Vieira, que inicialmente ponderava apoiar outro candidato, terá mudado de ideias face à possibilidade da sua expulsão, o que o impulsiona a lutar pela recuperação do cargo que ocupou entre 2003 e 2021.
A contestação de Vieira à medida disciplinar é veemente. Em comunicado enviado à Agência Lusa, o antigo líder expressou que o processo de inquérito é “injusto e ilegal”, considerando-o uma “autêntica ‘fuga para a frente'” da atual direção para desviar o foco da “má gestão” e da falta de “debate esclarecido sobre o futuro do Sport Lisboa e Benfica”. Vieira fez questão de recordar a sua “obra” anterior, que, segundo ele, devolveu “respeitabilidade financeira, institucional e desportiva” ao clube.
A sua possível candidatura já granjeou apoios. Bruno Costa Carvalho, antigo candidato à presidência, que recentemente se manifestou sobre a “novela” de mercado de transferências de Viktor Gyokeres, defendeu publicamente a legitimidade de Vieira. “O Luís Filipe Vieira foi condenado a alguma coisa? Não foi. Há algum processo de que nós saibamos? Não sabemos nada. A justiça não atuou. Não aconteceu nada. Portanto, neste momento, eu não vejo de facto qualquer impedimento a que ele possa ser candidato a presidente do Benfica”, vincou o empresário, acrescentando que Vieira tem “toda a legitimidade” e não precisa de “se escudar em nenhum argumento relativamente a esta questão da expulsão de sócio”.
Recorde-se que Luís Filipe Vieira foi substituído interinamente por Rui Costa após ter sido detido na sequência da Operação Cartão Vermelho, com Costa a vencer as eleições subsequentes em outubro de 2021. O regresso de Vieira à corrida eleitoral promete uma campanha intensa, onde o passado e o presente da liderança do Benfica estarão sob forte escrutínio, com implicações significativas não só para a gestão interna, mas também para a estratégia do clube no exigente mercado de transferências e a sua projeção no cenário europeu.
